Synology Diskstation DS 1618+

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

Ao longo destes anos testei muitos NAS de várias marcas, o primeiro foi um Synology, de que já nem recordo a referência, com um único espaço para instalar um disco de 3,5 polegadas. Não havia RAID nem tão pouco metade das tecnologias que tornam estes dispositivos numa espécie de canivetes suiços do armazenamento de dados.

Hoje em dia os NAS oferecem muito mais que um mero sítio na rede para guardar ficheiros. Agora podem usar-se como servidores de email, servidores para albergar um site web, quer para desenvolvimento, quer para produção (se tiverem as capacidades de processamento necessárias), servidores de música e vídeo, como base para sistemas de videovigilância em conjunto com câmaras IP, plataformas para trabalho colaborativo ou para a virtualização de computadores com vários sistemas operativos para as mais variadas aplicações.

Pode dizer-se que, no papel, este DS 1618+ da Synology consegue fazer a grande maioria das coisas que elenquei no parágrafo anterior. Trata-se de um NAS com processador Intel Atom C358 com quatro núcleos a funcionar a uma velocidade máxima de 2,1 GHz. O processador está acompanhado de 4GB de memória RAM que podem ser expandidos até um máximo de 32 GB.

Ainda dentro do dispositivo existe um slot PCI Express onde pode ser instalada uma placa de rede com mais velocidade que a integrada ou em alternativa uma placa que permite acrescentar dois SSD M.2 que podem ser utilizados como sistema de cache para acelerar as operações com os discos mecânicos.

No que respeita às entradas, existem 4 RJ-45 para ligação em rede, capazes de debitar até 1Gbps que podem ser agregados para obter redundância ou mais velocidade. Também estão presentes três entradas USB 3.0 (duas na parte de trás e uma no painel frontal) que podem ser utilizadas para expandir a capacidade máxima do NAS através de drives externas ou partilhar dispositivos na rede, como por exemplo impressoras.

Se quiser mesmo expandir a capacidade armazenagem com dispositivos capazes de velocidades acima das possíveis com interfaces USB 3.0, pode optar por utilizar uma das duas entradas eSATA que estão instaladas na parte de trás do dispositivo.

 

O DS 1618+ tem 6 baias onde podem ser instalados outros tantos discos ou SSD de 3,5 ou 3 polegadas, desde que tenham interface SATA. No máximo este NAS permite a gestão de um máximo de 84 TB de espaço internamente ou de 224 TB através de uma unidade de expansão com 10 baias.

A instalação dos discos neste dispositivo é muito fácil porque os suportes que entram nos espaços na unidade não necessitam que sejam utilizados parafusos para fixar os discos. Cada um dos espaços pode ser trancado para dificultar a remoção acidental de um dos discos enquanto a unidade está a funcionar. Note-se que não impedem o roubo visto as peças frontais serem todas em plástico que se consegue partir com alguma facilidade.

Como se consegue perceber, o DS 1618+ está num campeonato um pouco acima dos tradicionais NAS para o mercado doméstico, que servem normalmente para guardar as fotos das férias, os filmes que se descarregam da Internet ou os rips dos CD. Tudo isto apesar deste NAS oferecer as mesma funcionalidades típicas de ofertas para o mercado doméstico, como a possibilidade de criarem bibliotecas de música partilhadas, ou a transcodificação de vídeo em tempo real para reprodução via streaming em smartphones e tablets.

Tal como acontece com outros NAS da Synology, ou de outras marcas, o DS 1618+ oferece uma miríade de opções no que respeita à forma como os discos serão utilizados. Assim, o DS1618+ suporta a utilização de Synology Hybrid RAID, Basic, JBOD (Just a Bunch Of Disks), RAID 0, RAID 1, RAID 5, RAID 6 e RAID 10. Alguns oferecem velocidade em detrimento da redundância dos dados, outros permitem ir acrescentando discos à medida das necessidades, outros um misto de segurança e de velocidade, enquanto que outros permitem segurança máxima através de várias redundâncias capazes de salvar os seus ficheiros se um ou mais dos discos entregarem a alma ao criador.

Não existe uma fórmula concreta para a utilização de um sistema em relação a outro. O melhor a fazer é escolher o que melhor der resposta às suas necessidades de segurança e desempenho.

O software interno é o DSM, baseado em Linux, que, à data, vai na versão 6.2.1. Este sistema operativo é completamente modular. Oferece as funcionalidades básicas como a gestão dos discos e volumes, os protocolos de comunicação, partilha de pastas e gestão de utilizadores. Depois o utilizador pode escolher que funcionalidades extra quer utilizar, através da instalação de aplicações específicas. Isto permite que o software não se torne pesado e complicado. A maioria das aplicações são gratuitas e podem ser descarregadas e instaladas directamente através do próprio sistema operativo.

Como é habitual, para testar este NAS utilizámos o método de copiar um grande conjunto de ficheiros com 4,7 GB de e para uma pasta partilhada na unidade. O computador que utilizámos tem um processador Intel Core i9, 32 GB de memória RAM, dois SSD (1 GB SATA + 512 GB M.2), a ligação em rede é com fios gigabit e o sistema operativo Windows 10 64 bit. A rede utiliza um router Vodafone fabricado pela Huawei e funciona a 1 Gbps. O NAS tinha dois discos Seagate Ironwolf e estava configurado em RAID 0, que garante o máximo de velocidade possível, mas absolutamente nenhuma redundância dos dados.

Tanto no teste de escrita, como de leitura esgotámos facilmente a largura de banda disponível na nossa rede. Atingimos 105 MB por segundo na leitura e 104 na escrita.


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€879 (Sem discos)

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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