Descomplicómetro – Assistentes pessoais

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 4 min

Lembra-se de HAL 9000, o computador da nave espacial Discovery, do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick? Esta foi a primeira representação daquilo que seria, segundo a imaginação de Arthur C. Clarke, um assistente pessoal virtual que, baseado em inteligência artificial, permita interpretar comandos de voz e responder de acordo com os mesmos.

É certo que o ano de 2001 já passou, mas só agora é que estamos a assistir à proliferação dos assistentes pessoais, à semelhança do HAL 9000. O primeiro exemplo foi a Siri, o assistente da Apple, que se estreou enquanto parte integrante do iOS no iPhone 4S, em 2011, embora em versão Beta. Em 2014 assistimos ao lançamento da solução da Amazon, a Alexa, presente, em especial, nas colunas inteligentes Amazon Echo e Amazon Echo Dot.

Só em 2016, é que a Google decidiu investir neste mercado, na altura com o Allo, uma aplicação própria, bem como com a sua primeira coluna inteligente Google Home. Mais tarde, a Google integrou o assistente pessoal no Android, sendo actualmente a solução mais evoluída do género. É também fundamental para tirar o máximo partido do ecossistema Google Home, compatível não só por produtos Google, mas também com os de outros fabricantes.

Transformar voz em ordens
Usando o Google Assistant enquanto exemplo, é fácil de explicar o funcionamento destes assistentes pessoais. O primeiro passo será o reconhecimento dos comandos de voz, sendo utilizado um (ou vários) microfones de alta precisão. A gravação é enviada imediatamente para os servidores da Google – aí está o poder de processamento necessário para transformar a voz em ordens práticas para o sistema.

Nos servidores, as nossas palavras serão interpretadas de acordo com uma extensa base de dados, tendo igualmente em conta a forma como as mesmas são pronunciadas. Assim que as palavras são devidamente identificadas e associadas ao comando respectivo, o servidor comunica com o dispositivo do utilizador com a instrução necessária correspondente ao seu pedido.

Por exemplo, se perguntar «Qual é a temperatura no Funchal?», o serviço irá interpretar as palavras-chave ‘temperatura’ e ‘Funchal’ e enviar o comando para o dispositivo para abrir a aplicação de meteorologia no mesmo, dando os dados referentes à localidade.

Outras utilizações
Mas, mais que simplesmente abrir aplicações ou descobrir trivialidades, os assistentes pessoais podem servir para muito mais. Um claro exemplo é tirar partido das inúmeras funcionalidades do ecossistema Google Home, ou Amazon Alexa. Aqui poderá associar características de dispositivos de outros fabricantes que são compatíveis com a plataforma, como os televisores OLED da LG, que permitem usar o Google Assistant para identificar quem são os actores de um determinado filme e usar o IMDB para descobrir outros filmes onde os mesmos tenham participado.

Poderá ainda usar estes ecossistemas para ligar as luzes de casa se estive fora, de férias, ligar o ar condicionado da sua casa para uma determinada temperatura antes de chegar, ou determinar se os produtos que tem no frigorífico são suficientes para uma receita que deseja cozinhar.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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