Resident Evil 2

Por: Ricardo Durand
Tempo de leitura: 5 min

Vamos direitinhos ao assunto: o remake de Resident Evil 2 para PS4 (é um exclusivo) é bom, muito bom. O jogo é uma viagem na memória de quem jogou o original, que saiu em 1998, e vai dar-nos mais sustos que muitos filmes de terror, em que a produção gastou rios de dinheiro para nos fazer dar jump scares em vão.

O conceito de Resident Evil e a história base não mudaram: continuamos a ter de fazer o nosso caminho entre a esquadra de polícia de Raccon City até aos laboratórios da Umbrella, a defrontar vários zombies e monstros parecidos com o demogorgon de Stranger Things e um boss final – tal como todos os jogos dos anos noventa tinham.

Tudo na terceira pessoa e sem invenções
A jogabilidade deste reboot de Resident Evil 2 tem uma pequena-grande diferença em relação ao original: enquanto o jogo dos anos noventa tinha uma visão de câmara bloqueada às salas, corredores e áreas onde estavam (tipo uma CCTV estática), em 2019 temos uma vista na terceira pessoa, como qualquer grande jogo que saiu nos últimos anos: Mad Max, God of War, Red Dead Redemption 2, já para não falar dos remakes de Tomb Raider, curiosamente o jogo que, a meio dos nineties, deu o pontapé de saída para este tipo de jogabilidade em títulos 3D. Aqui não há cá vista na primeira pessoa (já anda aí um mod para PC, cuidado) como em RE7 – e ainda bem.

Procurar e encontrar
Esta mudança feita pela Capcom é ouro sobre azul num jogo que envelheceu muito bem: a verdade é que as histórias de zombies continuam na moda, muito por culpa de séries como Z Nation e, claro, a mais recente magnum opus do género: The Walking Dead.

É curioso perceber (ou, melhor, querer acreditar) que os criadores da série puderam ter-se baseado nos velhinhos Resident Evil para criar o seu mundo de zombies e como as personagens se movimentam: por exemplo, quem viu alguns episódios da série da AMC viu que Rick e os amigos tinham de vasculhar casas e lojas à procura de curativos e balas. Pois, é essa mesma uma das tradições que se mantêm neste reboot: ir de sala em sala à procura dessas coisas. E como o nosso inventário está limitado, temos de fazer escolhas em relação ao que temos de levar connosco.

Resident Evil 2 previu a cloud
Tal como no jogo original, existem arcas onde podemos guardar tudo e que vão aparecendo um pouco por todas as áreas do jogo. Como estão sincronizadas (uma espécie de cloud dos anos noventa), tudo o que tivermos metido numa, aparecerá em todas. Será que o Dropbox se inspirou em Resident Evil?

Outra das coisas que muda e que afecta de forma determinante a jogabilidade são os níveis de dificuldade existentes: no mais básico, podemos gravar as vezes que quisermos, sempre que encontrarmos uma máquina de escrever (tal com em 1998); se arriscarmos no mais avançado, além de resistirmos menos a ataques de inimigos, temos de fazer como no Resident Evil de 1998: encontrar rolos de tinta para as máquinas de escrever para podermos gravar o nosso progresso.

Depois, é explorar bem tudo, e ter um bloco de notas para ir apontando pistas que vão servir para abrir cadeados, cofres e resolver enigmas. E sim, continua a ser impossível dar um tiro nas portas para as abrir à força ou saltar gradeamentos ou armários para passar para o outro lado. Há coisas que, mesmo com uma evolução de vinte anos, não mudam.

Ponto final

Com um excelente ambiente, atmosfera assustadora e uma jogabilidade que roça a perfeição, o reboot de Resident Evil 2 é uma das grandes surpresas do ano. É um jogo que nos sai da pele, que nos afecta e que nos envolve. Coitados de alguns jogos mais actuais saídos em 2018, ao pé deste….

+ Gráficos
+ História
+ Ambientes
– Enigmas que não fazem sentido
– Dar tiros na cabeça não mata um zombie

Jogabilidade: 9
Gráficos: 9
Som: 9
Longevidade: 9
Nota Final: 9

Editora: Capcom
Distribuidora: Ecoplay
Plataformas: PS4
Site: residentevil2.com
Preço: €69,99


Apoio: Betmotion promocode

Por: Ricardo Durand Editor
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Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo email rdurand@pcguia.fidemo.pt.
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