Huawei Mate 20 Pro

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 8 min
Huawei/ Mate 20 Pro

A Huawei fez mesmo isso com o Mate 20 Pro: escolheu toda a tecnologia mais avançada que existe hoje para smartphones e condensou-a num único dispositivo. Senão vejamos: tem um sensor de impressões digitais no ecrã e até um sistema de reconhecimento facial semelhante ao que a Apple lançou com o iPhone X (que usa um feixe laser de infravermelhos, em conjunto com a câmara frontal de 24 MP, para reconhecer a cara do utilizador com quase 100% de segurança).

Depois, temos carregamento por indução (que até permite carregar outros dispositivos, transformando o Mate 20 Pro numa espécie de powerbank) e três câmaras traseiras com tecnologia Leica (uma delas com um sensor de 40 MP).

Finalmente, este smartphone tem um ecrã OLED com 6,39 polegadas com rebordos curvos e ainda tiveram tempo de criar uma nova norma de cartões de memória para armazenamento (NMCard),que podem ser instalados directamente no espaço de um cartão nanoSIM.

Novo processador

Mas não é tudo: a alimentar tudo está o processador Kirin 980, o primeiro de 7 nm a ser apresentado ao mundo (semanas antes do A12 da Apple) e também o primeiro a ter duas unidades de processamento exclusivamente dedicadas a tarefas relacionadas com inteligência artificial. Por exemplo, consegue reconhecer objectos, retocar fotografias ou fazer melhorias da qualidade do áudio das chamadas telefónicas.

Este processador tem oito núcleos para processamento geral (dois Cortex A76a2, 6 GHz, dois Corte xA76a1, 92 GHz e quatro Cortex A55a1, 8 GHz) que,em conjunto com o sistema de gestão de energia controlado por IA, são ligados e desligados consoante as tarefas que o dispositivo está a desempenhar, para tentar poupar ao máximo a bateria de 4200mAh. Por falar na bateria, a do Mate 20 Pro tem um sistema de carregamento ultra-rápido de 40W que consegue atestar a bateria em 68 minutos.

Nas comunicações, o Mate 20 Pro é compatível com, praticamente, todas as redes 4G que existem no mundo, pode ligar-se a redes Wi-Fi até à norma 802.11ac (wave 2) e ainda conta com Bluetooth 5.

Outra novidade é a possibilidade de uso de todos os sistemas de navegação que estão disponíveis hoje em dia, em simultâneo (GPS, GLONASS e Galileo), para melhorar a qualidade do posicionamento, mesmo em sítios em não existe linha de vista para os satélites.

Mas como um telefone cheio de tecnologia sem software não passa de um “pisa-papéis”, o Mate 20 vem com o Android 9 Pie, naturalmente personalizado com a habitual skin EMUI da Huawei.

A presença de todas estas funcionalidades novas abre hipóteses para a criação de aplicações inovadoras, como a que vimos na apresentação do smartphone, que permite digitalizar um objecto em 3D e usá-lo depois em vídeos e fotos, com animação e tudo. Esta aplicação estará disponível a 15 de Novembro. Outra nova funcionalidade (já disponível)é a de podermos apontar a câmara a um qualquer prato e o telefone identificar a comida e ainda lhe dizer o peso aproximado e quantas calorias tem.

Mistura de estilos

A qualidade de construção é do melhor que se encontra neste mercado. Mas, tal como aconteceu com o P20 Pro, a peça traseira é muito escorregadia, por isso, o primeiro investimento a fazer é numa capa, porque este Mate 20 é um acidente à espera de acontecer. O design, que mistura elementos que já vi nos Samsung e nos Apple, é harmonioso e os botões laterais estão todos nos sítios certos para uma utilização só com uma mão. Curiosamente, a entrada para os cartões SIM é na parte de baixo: que eu saiba este é o primeiro smartphone a ter esta solução.
O sensor de impressões digitais no ecrã de segunda geração funciona bem. No entanto, é mais lento e menos preciso que um tradicional. Por outro lado, o sistema de reconhecimento facial é rapidíssimo e consegue reconhecer o utilizador mesmo que não esteja exactamente na perpendicular à câmara.

Desempenho

A máquina fotográfica é excelente: a presença das três câmaras, em conjunto com o sistema de inteligência artificial, permite grandes melhorias na qualidade das fotografias quando são tiradas em condições bastante adversas, como pouca luz ou em movimento.

O sistema de carregamento inverso por indução é uma brincadeira gira que pode servir para ajudar um amigo que esteja com falta de bateria, mas não passa disso.

O desempenho geral é excelente e chegou mesmo ao topo no testes do PCMark, mas não conseguiu superar o iPhone XS Max que, feitas todas as contas, continua a ser o líder da tabela de benchmarks da PCGuia. A bateria podia ter um pouco mais tempo de vida entre cargas, mas não se portou nada mal.

Ponto final

Compraria um Huawei Mate 20 Pro? Sim. Se pudesse, comprava. Está cheio de nova tecnologia, a qualidade da construção é quase perfeita e o design, embora seja um aspecto mais discutível, para mim está muito bem conseguido. O desempenho é o melhor que se consegue. O Mate 20 Pro está muito bem posicionado para ameaçar a hegemonia coreana no universo dos smartphones topo de gama. Apesar de tudo isto continuo a pensar que 1000 euros por um smartphone é um preço alto demais.

+ Está lá o estado da arte da tecnologia móvel
+ Design
+ Desempenho
– Preço

Distribuidor: Huawei
Contacto: consumer.huawei.com/pt
Preço: €1049

Experiência de utilização: 5,8
Medições: 2,6
Preço/Qualidade: 0,8
Nota final: 9

Benchmarks

Antutu PCMarkWork 3D Mark Vida da bateria (minutos)
301636 13044 55048 886

Características Técnicas
Ecrã: OLED, 6,39 polegadas (3120 X 1440)
Processador: HUAWEI Kirin980 (2 xCortexA76 2,6 GHz + 2 xCortexA76 1,92 GHz + 4 xCortexA55 1,8 GHz)
Memória: 6 GB RAM + 128 GB ROM (expansível através de cartões NM até 256 GB)
Sistema operativo:Android 9
Redes: 4G LTE, 3G, 2GGSM
Posicionamento: GPS / AGPS /Glonass / BeiDou / Galileo / QZSS
Ligações: Redes Wifi 802.11 a/b/g/n/ac (wave2), 2,4 GHz e 5 GHz, Bluetooth 5.0, USB Tipo-C
Câmaras: 40 MP (cor) + 20 MP (cor) + 8 MP (cor) ,abertura de f/1.8 + f2.2 + f2.4 (traseira), 24 MP (frontal)
Bateria: 4.200mAh
Dimensões: 72,3 mm X 157,8 mm X 8,6 mm (L x A x P)
Peso: 189 g

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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