Battlefield V

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 5 min

O Battlefield original foi lançado há dezasseis anos. Até aqui, a série já passou por grande parte dos cenários bélicos que existiram, desde a Segunda Guerra Mundial até à Guerra do Vietname – a edição deste ano fecha o círculo e está de volta à Segunda Guerra Mundial.

Battlefield sempre colocou o jogador no meio de campos de batalha imensos cheios de acção rápida e mortal. Desde o último episódio, Battlefield 1, que as batalhas se tornaram mais destrutivas com a capacidade de arrasar com prédios e alterar o terreno de jogo com ataques devastadores de artilharia ou aviação. Battlefield V pega nessa mudança e leva-a um pouco mais além.

Respeito pela história
Battlefield V tem um modo de jogo chamado War Stories (tal como Battlefield I) que mostra episódios de guerra espalhados pelos vários teatros de operações da Segunda Guerra. Cada um tem a intenção de mostrar ao jogador como é que a acção se desenrolou nesses cenários de guerra. Pode passar pelo Norte de África, com as campanhas de guerrilha levadas a cabo pelos ingleses contra o Afrika Korps alemão e também algumas façanhas que tornaram lendária a Legião Estrangeira francesa.

Também há missões mais furtivas, com um sniper norueguês, e uma que será disponibilizada mais tarde e que se vai focar numa unidade Panzer alemã. Acima de tudo, Battlefield V trata as histórias com algum respeito: não só começar aos tiros e pronto. Há contexto e consequências, o que, por vezes, pode tirar o glamour que a guerra possa ter aos olhos de algumas pessoas.

Mas também há alguns problemas, como por exemplo na campanha norueguesa, em que as partes mais furtivas não funcionam tão bem como noutros títulos, principalmente pela falta de equilíbrio nas forças inimigas, quando somos descobertos.

O segundo modo de jogo de Battlefield V é o já tradicional multiplayer, que permite que 32 jogadores combatam entre si em oito mapas diferentes onde temos de controlar vários pontos estratégicos para ganhar a partida. Aqui vale tudo, desde combates encarniçados em terra e dogfights rápidas, e violentas, no ar.

No modo multijogador tudo se passa mais depressa que no episódio anterior, o que permite aos jogadores serem mais ágeis e mortíferos no campo de batalha. Saltar por cima de sacos de areia está mais rápido que nunca e agora já podemos disparar quando estamos deitados de costas. O jogo também está bastante mais rápido quando se faz mira, em relação a Battlefield 1. Isto permite que se consigam despachar mais inimigos de cada vez. Estas novidades podem não agradar aos veteranos de Battlefield, mas penso que seja mais uma questão de hábito que outra coisa.

Continuam a existir as várias classes de jogadores, como as tropas de assalto ou os médicos, mas todos foram redesenhados para realçar o valor relativo entre si. Por exemplo, se não tiver um elemento de apoio, vai haver menos munições para si e para a sua equipa. Cada jogador também só pode transportar um único kit de saúde, o que torna imprescindível a existência de um médico para os distribuir pela equipa. Tudo isto funciona bem, mas o sistema de progressão e desbloqueio de novas funções é um pouco confuso e devia ter sido mais simplificado.

BattlefieldV é um gosto para os olhos e para os ouvidos, tanto a neve da Noruega como a areia do deserto da Líbia estão muitíssimo bem conseguidos e a forma como a Dice trabalhou as mudanças de luz e as sombras está quase perfeita. No caso do som, cada soldado fala na língua que é suposto falar e resto do áudio está muito bem conseguido, dos tiros às explosões, passando pelo som dos passos nos vários ambientes em que a acção se desenrola.

Ponto final

Battlefield V é um jogo divertido e que exige ao jogador que pense um pouco antes de se lançar de cabeça na acção. Os gráficos são belíssimos e colocam-no mesmo dentro de uma batalha na Segunda Guerra quer nas histórias de guerra, quer no modo multiplayer.

+ Gráficos
+ War Stories
– Sistema de progressão algo complexo

Gráficos: 9
Som: 9
Jogabilidade: 9
Longevidade: 9
Nota final: 9

Editora: Electronic Arts
Site: ea.com
Plataformas: PS4, Xbox One, Windows
Preço: €69,99 (PS4, Xbox One), €59,99 PC Windows

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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