Huawei P20 Pro

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

Já ando nisto do jornalismo de tecnologia há tanto tempo, que assisti ao lançamento dos primeiros telemóveis com câmara fotográfica. Na altura, recordo-me de pensar: «Por é que alguém vai querer tirar fotografias com um telemóvel?». Até porque, na altura, as câmaras só serviam para tornar os equipamentos mais caros que os outros, já que a qualidade das fotos deixava muito a desejar.

Eis-nos chegados a 2018 e a Huawei lança o P20 Pro com uma câmara tripla, sendo que uma destas tem um sensor de imagem com 40 MP e tecnologia Leica. Hoje em dia, um smartphone sem câmara é uma coisa impensável. São tão ubíquas, que mesmo os telefones mais baratos as têm. Estou a falar disto porque é mesmo na fotografia que o P20 Pro se destaca da concorrência. Este é o equipamento móvel com a melhor câmara que já vi. A qualidade das fotos em praticamente qualquer situação é sempre alta. Mesmo quase sem luz, a câmara do P20 brilha. Consegui tirar uma foto, em modo automático, à noite de dentro de um carro em andamento e, se não fosse a sujidade do vidro do veículo, parecia que tinha sido tirada com o telefone agarrado a um tripé, depois de alguns minutos de preparação.

Fotografia tirada na noite da apresentação do P20 em Paris. Tirada a partir de um carro em movimento sem qualquer preparação.

Pode dizer-se que o P20 Pro é “filho” do Mate 10 Pro, lançado no final de 2017, porque partilha grande parte do hardware, como o processador, GPU e o famoso chip de processamento de inteligência artificial. A quantidade de memória RAM (6 GB) é a mesma, bem como o armazenamento (128 GB). Até a bateria tem a mesma capacidade 4000 mAh. O carregamento é feito através de uma entrada USB Type-C e, tal como no Mate 10, não existe saída de 3,5 mm para auscultadores, mas há um adaptador na caixa.
As semelhanças físicas com o Mate 10 Pro ficam-se pelo miolo, porque o ecrã OLED do P20 Pro é um nadinha maior (mais 0,1 polegadas) e oferece também resolução e densidade de pixéis ligeiramente maiores (mais 200 pixéis na altura e mais 6 pixéis por polegada que o modelo mais antigo).

Depois há o “notch”, aquele entalhe na parte de cima do ecrã. A moda do “notch” foi iniciada pela Apple, no iPhone X, para albergar o sistema de mapeamento da face para o Face ID. Já no P20 Pro e em todos os outros smartphones Android com esta reentrância é só mesmo por questões estéticas (vá-se lá saber porquê), porque na parte de cima do ecrã está uma vulgar câmara (neste caso com 24 MP) para as selfies, o altifalante e os sensores de luz e proximidade, tal como nos outros smartphones todos.

A outra diferença é que, enquanto o Mate 10 Pro tem o sensor de impressões digitais na parte de trás, o P20 Pro apresenta o tradicional botão na parte de baixo do ecrã, que inclui o sensor de impressões digitais. O P20 Pro inclui também um sistema de reconhecimento facial para desbloqueio, que usa a câmara frontal e, por muito que tentasse, não consegui enganá-lo com fotos. A única coisa que não é capaz de fazer é reconhecer à contraluz ou no escuro.

O sistema operativo é o Android 8.1, uma das primeiras implementações desta versão do Android que, como sempre, inclui a personalização EMUI. O software incluído é o mesmo que no Mate 10, mas com versões mais actualizadas, por isso o P20 Pro tem uma experiência de utilização muito semelhante. A principal crítica que se pode fazer ao P20 Pro é a de não ter um slot para ampliar o armazenamento através de cartões de memória SD, mesmo na versão dual-SIM. É que, com esta câmara, não há 128 GB que resistam. Se estiver interessado em adquirir um destes smartphones também aconselho comprar logo uma capa. É que, graças ao acabamento, a parte de trás escorrega tanto que não tarda nada ele está o no chão e você apanha um desgosto.

Antutu PCMark Work PCMark Bateria 3D Mark
Huawei

P20 Pro

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Ponto final
O P20 Pro é a prova que não é necessário actualizar todo o miolo de um smartphone para se obter um novo dispositivo melhor que o da geração anterior. A câmara é excelente e beneficia muito do facto de ter mais resolução e um sistema de inteligência artificial capaz de corrigir muitos dos problemas que a falta de jeito, ou conhecimentos, para a fotografia causam. De resto, em termos de utilização, quem já conhece o Mate 10, também conhece o P20 Pro. Se não gosta de Apple e quer um Android que faz tudo e, ao mesmo tempo é uma excelente máquina fotográfica, este P20 Pro é o caminho a seguir!

Prós
Experiência de utilização
Câmara

Contras
Falta um espaço para cartões de memória

Experiência de utilização: 6
Medições: 2,10
Preço: 0,7

Nota final: 9

 

 

 

 


Distribuidor: Huawei

Site: consumer.huawei.com

Preço: €899,99


Características técnicas
Processador: Kirin 970 Octa-Core 4 x 2,36 GHz (Cortex A73), 4 x 1,8 GHz (Cortex A53)
Memória: 6 GB
Armazenamento: 128 GB
Câmaras: 40 MP + 20 MP e 8MP (traseira) e 24 MP (frontal)
Ecrã: 6,1” AMOLED (2240 X 1080), 408 ppi
Bateria: 4000 mAh
Dimensões: 155 x 73,9 x 7,8 mm
Peso: 180 gr

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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