Play – Total War: Warhammer 2

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 5 min

Por ser antigo, o trabalho da Creative Assembly para conceber um jogo de estratégia em tempo real em PC foi largamente facilitado, visto que a mecânica, um dos componentes mais difíceis de criar e afinar, já estava mais que criada e há muito que deu provas de bom funcionamento e equilíbrio.

Facções para todos os gostos

Em Total War: Warhammer 2, existem quatro facções que podem ser controladas pelo jogador: High Elves, Dark Elves, Lizardmen e Skaven (meio homens, meio ratazanas). Os exércitos dos Lizardmen têm uma organização que faz lembrar as falanges gregas. Ordeiras e quase mecanizadas. Já os Skaven funcionam como uma colónia de formigas que dão o corpo às balas para proteger o todo. Independentemente da facção que escolha, o objectivo é sempre conseguir fazer os rituais que permitem conquistar o Great Vortex que está num dos cantos do mapa geral.

Tal como acontece noutros jogos Total War, em Warhammer 2 que é um jogo por turnos, existem vários momentos que passam pela gestão de recursos que permitem a criação e evolução tecnológica dos exércitos. Depois vem o posicionamento das forças no campo de batalha em que o jogador dispõe as suas forças.

E, por fim, a única altura em que o jogo é realmente em tempo real: a batalha. Note-se que, ao contrário de outros jogos de estratégia, neste caso as batalhas são como na realidade, os generais de sofá têm de se desenrascar com as tropas que tem naquele local, naquela ocasião, porque não podem construir nenhumas unidades enquanto durar a batalha.

No entanto, ao contrário da realidade, não há qualquer hipótese de chegarem reforços de última hora para salvarem uma batalha que correu mal. O terceiro momento é a batalha propriamente dita. Aqui o jogador terá de manobrar as suas forças de forma a adaptar-se à situação dinâmica da batalha. Pode definir o papel de cada uma das suas unidades e até existe algum grau de automatismo que lhe permite não ter de estar sempre a olhar para todos ao mesmo tempo, mas é muito limitado.

Medo e fadiga

O jogo dispõe de um sistema que simula a fadiga e o medo que os soldados individuais sentem durante o decorrer da batalha. E, se o jogador não controlar estes aspectos, uma batalha que podia parecer ganha à partida por resultar numa derrota retumbante.
As batalhas não se cingem a confrontos em cenários amplos, existem também cercos que podem, ou não, resultar na conquista de uma cidade ou fortaleza. Aqui a táctica tem de ser um pouco diferente porque uma coisa é combater em campo aberto, outra, completamente diferente, é combater numa zona onde não consegue manobrar convenientemente as suas forças.

Cada facção tem dois líderes que pode escolher, cada um deles começa numa zona diferente do mapa. A progressão de cada também é completamente diferente. Um dos problemas que este jogo apresenta prende-se com a interface que simplesmente é muito complexa e que obriga o jogador a ler muito para perceber, por exemplo, a forma como os líderes progridem.

A forma de fazer progredir as povoações também é algo complexa. Por isso, este Warhammer é um jogo que requer atenção e tempo. Principalmente, muito tempo, pois não é, de todo, um jogo para o jogador ocasional.

Ponto final

Total War: Warhammer 2 é um jogo para quem gosta de jogos de estratégia à séria isto porque, apesar de se passar num ambiente de fantasia completa, as estratégias e tácticas de batalha são muito semelhantes às que os generais reais têm de usar. Por outro lado, é necessário ter tempo para perceber e explorar o sistema de progressão tecnológica das unidades e povoações.

+ Batalhas realísticas
+ Mapas
– Interface complexa

Gráficos: 8
Som: 8
Jogabilidade: 7
Longevidade: 9

Nota final: 8

Editora: Sega
Distribuidora: Ecoplay
Contacto: totalwar.com
Preço: €59,99
Plataforma: Windows

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version