Estação espacial chinesa deve cair dentro de duas semanas

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min
Um render da estação espacial chinesa Tiangong-1.

Segundo os especialistas em lixo espacial da ESA (Agência Espacial Europeia), a Tiangong-1, a primeira estação espacial chinesa, deve entrar na atmosfera terrestre dentro de uma a duas semanas. No entanto não é possível prever com precisão onde é que os bocados do veículo, que mede 10 metros e viaja a 17.000 quilómetros hora, irão cair.

Gráfico que mostra a previsão de queda da estação espacial chinesa.

Segundo as últimas estimativas feitas pela ESA, a estação espacial irá entrar na atmosfera terrestre entre os dias 30 de Março e 3 de Abril e deve arder quase na totalidade devido à fricção com o ar. Apesar disso, o veículo é suficientemente grande e pesado (pesava 8,5 toneladas totalmente abastecida de combustível) para que alguns pedaços caiam no solo.

Mapa que mostra a zona mais provável para a queda dos restos da Tiangong-1.

Para além de se saber que os pedaços da estação que sobreviverem à reentrada vão cair na faixa do planeta entre os 42,8 graus norte e os 42,8 graus sul, com uma probabilidade maior de caírem mais junto aos limites norte e sul dessa faixa, devido à inclinação da estação espacial, não é possível saber-se onde vão aterrar. Mesmo com esta incerteza, é pouco provável que causem problemas às populações que vivem dentro da zona provável para o impacto. Segundo os cientistas que têm vindo a seguir a situação, é mais provável ser-se atingido por um raio que ser atingido por um pedaço da Taingong-1.

Inicialmente a agência espacial chinesa planeou uma reentrada controlada para a Taingong-1, lançada em 2011 com o objectivo de testar sistemas de suporte vida no espaço e de ser o primeiro passo para o lançamento de uma estação maior na década de 2020.

Desde o momento do lançamento até 2016, a agência espacial chinesa tem usado os motores da estação para a manter a uma altitude entre os 300 e os 400 quilómetros. Todos os satélites em órbita a estas altitudes necessitam de correcções na trajectória e altitude porque são afectados pela fricção com a atmosfera que reduz a velocidade a que se deslocam ao longo do tempo. Em 2016 os chineses perderam o contacto com a estação, impedindo-os de fazerem as correcções necessárias para manterem a Tiangong-1 em órbita ou controlar a sua reentrada.

A agência espacial chinesa também tem vindo a informar o público acerca do estado da estação espacial através desta página.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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