Dicas para cuidar dos seus auscultadores

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 9 min

Acabou de comprar um par de auscultadores e quer mantê-los a funcionar bem durante muito tempo? Ou já os tem e quer melhorar o som. Qualquer que seja a razão para estar a ler este texto, estas dicas vão ajudá-lo a tirar mais partido dos seus auscultadores e a mantê-los em boas condições durante anos.

Atenção ao cabo

A regra mais importante para manter os seus auscultadores a funcionar bem é cuidar do cabo. Quando necessita de guardar os auscultadores, em vez de enrolar o cabo à volta do dispositivo móvel a que estão ligados (se for o caso), enrole-os à volta de dois dedos e respeite sempre as dobras originais do cabo. Isto vai evitar danos internos no cabo com o passar do tempo.

No caso dos auscultadores ‘on ear’ pode arrumar o cabo na bolsa que vem incluída com muitos. Normalmente estas bolsas incluem um espaço para enrolar o cabo mantendo-o arrumado. Quando se fala de auscultadores maiores, arrumar o cabo pode ser uma tarefa mais complicada. Se o cabo for destacável, pode removê-lo e enrolá-lo e prendê-lo com, por exemplo, uma fita de velcro, para o arrumar convenientemente. Se o cabo não for destacável, enrole-o e prenda-o antes de arrumar os auscultadores. Tenha apenas o cuidado de deixar alguma folga junto dos altifalantes, isto ajuda a arrumá-los na caixa ou bolsa e evita estragar os pontos de ligação nos altifalantes.

Inevitavelmente os cabos dos auscultadores acabam por estragar-se com o uso, por isso os modelos com cabos destacáveis são aconselhados quando procura comprar auscultadores.

Se os seus auscultadores forem wireless não se esqueça que tem de cuidar do cabo USB para o carregamento. Os conselhos descritos acima também se aplicam este tipo de cabos.

Limpeza

Um dos problemas que afectam os auscultadores, principalmente os que têm peças que entram dentro do canal auditivo é a acumulação de cera. Por muito limpos que os nossos ouvidos estejam segregam sempre cera que serve principalmente para proteger todas as “peças” que compõem o ouvido. Ao longo do tempo, há medida que usa os auscultadores, essa cera pode acumular-se na peça que está em contacto com o ouvido, o que ira afectar a qualidade do som porque abafa os sons mais agudos e altera o balanço entre os canais esquerdo e direito estragando assim a imagem estéreo.

Poucos auscultadores incluem peças para limpeza na caixa, mas existem sites onde as pode comprar como a Amazon. Estas ferramentas são vendidas para limpar os ouvidos, mas servem perfeitamente para limpar os auscultadores.

Se quiser saber mais sobre a limpeza de auscultadores, nada como aprender com que os constrói, o site de suporte da Shure tem um tutorial completo que lhe ensina a limpar auscultadores.

Se se quiser aventurar pode usar cotonetes embebido em álcool, água oxigenada ou água com sabão para limpar completamente as peças dos auscultadores que entram no canal auditivo.

Os auscultadores tradicionais, os over-the-ear, são mais fáceis de limpar porque não entram no ouvido. Assim o principal cuidado a ter é com as almofadas, porque, com o uso, vão acumulando sujidade do suor e da gordura da pele. As almofadas devem ser limpas com um pano embebido em água e sabão. NUNCA mergulhe os auscultadores em água, sob pena de os inutilizar e, pode parecer ridículo, mas também nunca limpe os auscultadores enquanto estiverem ligados.

Melhorar o som

É muito fácil alterar o som que sai dos seus auscultadores através de uma aplicação e também raramente é boa ideia fazê-lo. A razão é simples, se não gostou deles logo quando os tirou da caixa, mudar o som deles não vai fazê-lo mudar de ideias. Mas a utilização de aplicações de equalização pode trazer algumas vantagens. Por exemplo, estas aplicações podem ajudar a reduzir os sons graves nuns auscultadores que exageram neste campo ou, por outro lado, reduzir a propensão para acentuar sons mais agudos que se podem tornar algo incomodativos.

Existem muitas aplicações de equalização por onde escolher. As duas de que gostamos mais são a EQ 10 e a Equalizer+ HD. Seja qual for a aplicação que escolher, o segredo é fazer as alterações ao som em pequenos incrementos. Aqui há pouca ciência. É mais uma questão de encontrar o som que mais lhe agrada.

Apesar disto que acabei de dizer, existe uma aplicação curiosa chamada Sonarworks True-Fi, que existe para computadores (Mac e PC) e em versão beta para Android que serve basicamente para adaptar o som às características dos seus auscultadores. Pode até mesmo fornecer alguns dados pessoais (opcionalmente) como a idade e sexo para a aplicação ajustar o som ao que o artista produziu quando gravou a música tendo em conta essa informação.

Pré-amplificadores e Digital To Analog Converters (DAC)

Existem uns dispositivos chamado DAC, abreviatura de Conversor Analógico Digital, que, como o nome indica, pegam num sinal digital e transformam-no num sinal analógico (ou vice-versa). Todos os reprodutores de conteúdos digitais têm uma peça destas lá dentro, mas muitas vezes a sua qualidade e capacidades são baixas. Por isso alguns fabricantes de material de alta-fidelidade (e mesmo de computadores, como a Asus), desenvolveram estes dispositivos externos que se ligam por USB ou qualquer outra norma e, por sua vez convertem o sinal de som digital para analógico. Alguns até têm lá dentro um sistema especial de amplificação do som analógico.

O DAC Xonar Essence 3 da Asus.

Se gosta mesmo de ouvir música com qualidade através de auscultadores experimente uma coisa destas Assim que ligar os auscultadores repara logo que o som sai muito mais limpo, forte e profundo. O único problema é que só pode usufruir destes dispositivos se estiver a ouvir música através de um computador, devido ao tamanho e ao facto de muitos necessitarem de estar ligados à corrente para funcionar.

Fontes de som

Francamente, por muito bom que o Spotify seja, o melhor som que se consegue obter está longe do melhor som que se consegue ter através da utilização de outros formatos. Não que o Spotify não preste, longe disso, mas como funciona por streaming está dependente da transmissão via Internet. E neste caso há que manter o gasto de largura de banda a um mínimo, logo é necessário encontrar o equilíbrio entre a qualidade do som e o tráfego.

Se quiser usufruir de som de alta qualidade terá de usar os formatos de som com compressão sem perdas, como o FLAC, APE, Apple Lossless ou mesmo para ficheiros WAV sem compressão. O grande problema destes ficheiros tem a ver com o espaço que ocupam no seu sistema de armazenagem. Por exemplo, um ficheiro MP3 de alta qualidade ocupa cerca de 6 a 7 MB, um ficheiro FLAC ocupa mais do dobro.

Já que falei de serviços de streaming, existe um (que infelizmente não está disponível em Portugal), o Tidal que funciona seguindo o mesmo princípio do Spotify, mas utiliza ficheiros FLAC.

Voltando ao Spotify, se tiver uma conta premium pode fazer o download das suas playlists para o seu dispositivo e neste caso aconselho-o a usar o máximo de qualidade (se tiver espaço disponível para isso).

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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