Dicas para configurar um computador novo

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 11 min

Não há nada como chegar a casa com um computador novo. Dentro daquela caixa está o potencial para trabalhar, divertir-se e comunicar com os outros.

Mas para que o computador novo não fique aquém do que se espera dele, há que fazer algumas coisas antes de o começar a usar a 100%. A maioria das tarefas servem para prevenir problemas futuros e mantê-lo a funcionar à velocidade máxima por muito tempo.

Execute o Windows Update

A primeira coisa fazer, logo após a configuração inicial do Windows é executar o sistema de actualização automática do sistema operativo chamado ‘Window Update’. Este processo irá procurar na Internet todas as actualizações que a Microsoft lançou entre o momento em que o computador foi fabricado até chegar à sua mão. Estas actualizações podem ter como objectivo melhorar a compatibilidade dos programas ou um objectivo mais importante: proteger os seus dados gravados de hackers e outras ameaças que possam vir da Internet. Este processo pode ser moroso, dependendo da quantidade e do espaço ocupado pelas actualizações. Pode também ser necessário reiniciar o computador para as instalar.

Para aceder ao Windows Update certifique de que o computador está ligado á Internet, clique no botão Windows no desktop, depois clique em ‘Definições’ (o ícone da roda dentada) e depois em ‘Actualizações e segurança’. Por fim clique em ‘Procurar actualizações’. Se o computador reiniciar depois de instalar uma actualização, repita o processo até o sistema lhe indicar que não existem mais actualizações disponíveis.

Procure actualizações para os drivers

Caso não saiba, um “driver” é um pequeno programa que precisa de estar instalado no sistema operativo e serve para que o sistema saiba comunicar com uma peça de hardware específica. Tem de existir um destes drivers por cada dispositivo instalado na máquina, como discos, a placa gráfica ou uma impressora.

Desde há algum tempo que o próprio Windows inclui um conjunto de drivers genéricos que servem para que o sistema consiga reconhecer o máximo de hardware possível. No entanto, estes drivers genéricos servem apenas para pôr o hardware a funcionar e evitar erros, não estão de forma nenhuma optimizados para tirar o máximo partido das capacidades do hardware. Muitos fabricantes de computadores pré-instalam os drivers para o hardware específico que colocam nos seus produtos, mas, tal como acontece com o Windows (ver ponto 1), entre o tempo em que o computador foi fabricado e o momento que vai para a sua mão, podem ter aparecido novas versões dos drivers que convém instalar.

Para os instalar existem vários caminhos que pode seguir:

Usar o browser para ir ao website do fabricante do computador, procurar a área de suporte, inserir o modelo do computador e descarregar as últimas versões dos drivers. Para os instalar normalmente é só dar dois cliques em cima dos ficheiros que descarregou.

Muitos fabricantes incluem pequenos utilitários de manutenção que fazem o download e instalação automática dos drivers. Procure-os na área de notificação do Windows (canto inferior direito do ecrã). Normalmente têm a marca no nome.

Instalação manual. Este processo aconselha-se para os utilizadores com mais experiência e trata-se de averiguar que hardware tem instalado no computador, descobrir as marcas e ir aos sites dos fabricantes respectivos e descarregar e instalar os drivers um a um.

Utilizar um programa externo. Existem vários programas que servem para automatizar a busca e instalação e actualização de drivers como o Driver Easy. Estes programas verificam as versões dos drivers instalados e depois procuram versões mais actuais. Se existirem descarrega-as e instala-as automaticamente.

Instale o seu browser favorito

Todos nós temos preferências e por muito bom que o browser da Microsoft seja, há quem goste de usar outros, como o Chrome ou o Firefox. Se for o caso, use o Edge, o browser da Microsoft, para aceder ao site do Chrome, Firefox (ou qualquer outro), para os descarregar e depois instalar. Assim que o usar o novo browser pela primeira vez, ele vai perguntar se quer que seja o browser por defeito, responda que sim. A partir desse momento, assim que tentar abrir uma página web utilizará o seu browser predilecto.

Se já usou o browser escolhido antes e o registou com uma conta pessoal, pode inserir o nome de utilizador e password para que todo o histórico de navegação, favoritos e extensões sejam transportados para o novo computador automaticamente.

Segurança

Há muito tempo que o Windows inclui um programa de segurança chamado Windows Defender, mas há muitos computadores que incluem de série uma versão de demonstração de uma qualquer solução de antivírus. O Windows Defender evoluiu muito desde as primeiras versões (que francamente não valiam muito…) e já oferece capacidades de protecção compráveis com as das soluções mais conhecidas (pagas), por isso, para a maioria dos utilizadores chega.

No entanto, se quiser optar por usar o antivírus que o fabricante do seu computador instalou na máquina, lembre-se disto: é uma versão de demonstração e, por isso, terá de a pagar a certa altura, sob pena de deixar de ser actualizado. A regra de ouro é não a deixar expirar porque de outra forma fica com um antivírus completamente desactualizado, o que é praticamente o mesmo que não ter lá nenhum.

Se não quiser pagar uma antivírus e não quer usar o que vem com o Windows, pode escolher uma antivírus gratuito. Este tipo de software oferece as mesmas funcionalidades básicas que as versões pagas, mas normalmente têm de ser actualizados manualmente ou se forem actualizados automaticamente, essas actualizações chegam sempre um pouco mais tarde. Por isso, tenha o cuidado de verificar o estado do antivírus regularmente.

Remover o software a mais

No que respeita ao software que as marcas pré-instalam nos seus computadores o mais pode, na realidade, ser menos. A explicação é simples, na ânsia de dar mais ao consumidor, algumas marcas carregam muito o computador com software extra o que muitas vezes faz com que o computador não funcione com a velocidade que devia. Isto pode reflectir-se no arranque, quando o sistema carrega as componentes residentes desses programas (aqueles ícones que aparecem na área de notificação no canto inferior direito do ecrã) e também no desempenho geral durante a utilização.

Não desespere, há formas de resolver isto. Por exemplo o PC Decrapifier é um programa que procura alguns programas que são conhecidos por reduzirem o desempenho do PC e remove-os.

Se não quiser usá-lo tem sempre a hipótese de remover os programas que não usa manualmente através do painel de controlo ‘Aplicações’, mas vai demorar mais.

Se se sentir aventureiro há sempre a ferramenta de instalação que a Microsoft distribui e que permite instalar uma cópia complemente limpa do Windows, livre de qualquer software que não seja padrão do sistema operativo. Se optar por este caminho fique a saber que todo o sofware será removido, incluindo todas activações, registos e números de série de qualquer software que tenha instalado. Assim não se esqueça de reunir toda essa informação antes de usar esta ferramenta.

Instale os seus programas

Nesta altura pode começar a instalar os programas que usa regularmente.

Cópia de segurança para te quero!

Agora que o seu computador está actualizado, protegido, livre daqueles programas que o podem estar a atrasar e com o seu software todo, está na hora de fazer uma cópia de segurança de todo o conteúdo do disco ou SSD. Esta cópia irá servir para repor o sistema e software no caso de algo correr mal. Este passo é importante porque lhe pode poupar trabalho caso ocorra um erro que não seja recuperável através das ferramentas do Windows.

Existem essencialmente duas formas de salvaguardar os seus dados: através de uma clonagem do disco ou de uma imagem. A clonagem faz uma cópia exacta bit a bit de todo o conteúdo de um disco para outro, seja ele mecânico ou SSD, inclui todas as partições (mesmo as escondidas) e dados. Quando repõe um clone irá substituir absolutamente todos os dados que estão no disco. Uma imagem faz o mesmo, mas para um ficheiro.

Existe muito software pago e gratuito para fazer uma cópia de segurança do disco, por aqui usamos o EaseUS Todo Backup que permite fazer tanto clonagem como imagens dos discos e um programa com uma versão gratuita que oferece tudo o que é necessário para um utilizador doméstico. Se quiser mais funcionalidades terá de optar pela versão paga. Aconselhamos a fazer uma cópia completa dos seus dados pelo menos uma vez de 15 em 15 dias ou, na pior das hipóteses, de mês a mês. Isto garante que todos os ficheiros que vá criando ao longo do tempo sejam incluídos na cópia de segurança.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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