Descomplicómetro – Face ID

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 4 min
Face ID

É certo que esta não é a primeira vez que é possível desbloquear-se um smartphone usando o sensor de imagem frontal. A Google foi a pioneira, com a tecnologia Face Unlock, desenvolvida para a versão 4.0 (Ice Cream Sandwich) do seu sistema operativo. Infelizmente, tinha demasiadas falhas e era possível desbloquear o terminal usando uma fotografia da pessoa.

Mais recentemente, a Samsung lançou, com o Galaxy Note 7, S8 e Note 8, o sistema de desbloqueio por reconhecimento da íris, mas segundo a Apple, este não oferece a mesma precisão e segurança que o novo sistema Face ID, estreado no novo iPhone X.

TrueDepth

Para o funcionamento do sistema Face ID, a Apple teve de desenvolver o módulo TrueDepth, que combina um conjunto de câmaras e sensores que funcionam em conjunto para um preciso reconhecimento facial. Segundo a Apple, este sistema tem uma precisão tal, que apenas deverá encontrar uma falha num milhão de tentativas, um valor significativamente superior ao rácio de uma falha em cinquenta mil tentativas, no caso do sistema Touch ID, utilizado nos restantes iPhones.

O módulo TrueDepth utiliza um Dot Projector, que tem como função projectar até trinta mil pontos para o mapeamento da cara, uma câmara de infravermelhos para leitura da luz neste espectro, o Flood Illuminator para projectar um foco de luz infravermelha, um sensor de imagem de 7 MP, um sensor de proximidade e um sensor de luz ambiente. Estão ainda presentes um altifalante e um microfone nesses módulos pois, não nos podemos esquecer de que, apesar de tudo, continuamos a falar de um smartphone.

Funcionamento

Para que o iPhone X desbloqueie através do reconhecimento da sua face, este utiliza o sensor de proximidade e o sensor de iluminação ambiente para ajustar o nível de iluminação infravermelha que será emitido para a sua face pelo Flood Illuminator. Este feixe de luz terá como função iluminar uma cara, sendo posteriormente acompanhado pela projecção de trinta mil pontos, projectados pelo Dot Projector, criando assim um padrão que permitirá à câmara de luz infravermelha capturar um autêntico mapa tridimensional da face.

Este mapa será posteriormente processado pelo Neural Engine, embutido no processador A11 Bionic, que o irá transpor para um modelo matemático tridimensional único, permitindo assim desbloquear com total segurança o ecrã do novo iPhone X.

A11 Bionic

Além do módulo TrueDepth, grande parte do trabalho de desbloqueio do dispositivo através da tecnologia Face ID deve-se ao novo processador da Apple, o novo A11 Bionic. Aqui está o já referido módulo Neural Engine, que cria uma representação da sua face de forma totalmente digital, através de um modelo matemático tridimensional.

Este modelo é armazenado internamente de forma totalmente encriptada, usando a tecnologia Secure Enclave, sendo este impossível de aceder, tanto remotamente (a Apple não tem acesso aos dados) como através do sistema de cópia de segurança da Apple, o iCloud.

No que toca a limitações o Face ID tem, de momento, apenas duas: o facto de permitir apenas o registo de um só utilizador e o de não conseguir identificar diferenças entre dois gémeos idênticos, uma vez que o sistema está preparado para se adaptar a pequenas alterações superficiais, como o aparecimento de feridas, rugas e cicatrizes.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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