Para que servem o FAT32, NTFS e exFAT

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

O FAT32, NTFS e o exFAT são três sistemas de ficheiros diferentes, que são usados para guardar organizar os dados num dispositivo de armazenagem. A sua utilização depende do tipo de dispositivo que está a usar.

Por exemplo, quando se instala o Windows (independentemente da versão), utiliza-se o sistema de ficheiros NTFS. Quando se utilizam dispositivos de armazenagem amovíveis (como pen drives ou cartões de memória), normalmente é usado o sistema FAT32. O exFAT é uma evolução do FAT32, e também pode ser utilizado em cartões de memória. Existem diferenças entre todos eles que vale a pena conhecer para utilizar os seus dispositivos eficazmente.

O que é um sistema de ficheiros?

Um sistema de ficheiros é, na essência, um conjunto de regras que definem a forma como os dados são gravados e lidos a partir de um dispositivo de armazenagem. Seja ele qual for. Quando grava um ficheiro, é o sistema de ficheiros que define a forma e o sítio específico onde é gravado no dispositivo. Isto serve para permitir ao sistema encontrá-lo mais rapidamente possível.

O que é o FAT32?

FAT quer dizer “File Allocation Table” e é um dos mais antigos sistemas de ficheiros ainda em utilização hoje em dia. A primeira versão apareceu em 1977 com o FTA de 8 bits que foi escrito para a linguagem de programa BASIC da Microsoft. Esta linguagem foi lançada para o computador NCR 7200 que utilizava um processador 8080 da Intel.

Este sistema de ficheiro foi depois transportado para o sistema operativo MS-DOS. O FAT foi sendo actualizado ao longo dos anos e passou pelas versão FAT12, FAT 16 até chegar ao actual FAT32.

O número depois de ‘FAT’ indica o número de bits que é utilizado na tabela de alocação de ficheiros. Esta tabela indica precisamente a quantidade de ficheiros que existem num determinado sistema de armazenagem, qual o espaço que cada ficheiro ocupa, que espaço está livre e que espaço está ocupado. Entre outras informações. O FAT 32 foi lançado em 1995 em conjunto com o Windows 95 e permite a gravação de ficheiros com um máximo 4 GB e pode ser utilizado em dispositivo com um máximo de 16 TB.

O avanço da tecnologia obrigou a Microsoft a lançar um novo sistema de ficheiros, porque os conteúdos gerados pelas aplicações modernas traduzem-se em ficheiros cada vez maiores. Basta olhar para o exemplo do vídeo digital.

Ainda assim, o FAT32 é o sistema de ficheiros de eleição amovíveis, como as pen drives. Este sistema também é o padrão “de facto”, em tudo o que são dispositivos digitais que necessitam de gravar ficheiros, mas não são necessariamente computadores. É o caso de consola de jogo, televisores, rádios para automóveis, etc.

Praticamente todos os sistemas operativos reconhecem dispositivos que estão formatados com o sistema de ficheiros FAT32.

O que é o NTFS?

O NTFS foi lançado pela Microsoft em 1993 com o sistema operativo Windows NT 3.1. Foi o fruto da cooperação entre a Microsoft e a IBM para o desenvolvimento de um novo sistema operativo gráfico que ficou conhecido mais tarde como PS/2. No entanto, a IBM nunca chegou a utilizá-lo e criou um outro sistema de ficheiros chamado HPFS.

O NTFS ou “New Technology File System” permite ficheiros que ocupem no máximo 16 EB (Exabytes), o que corresponde a 18.446.744.073.709.550.592 bytes. A versão 3.1 do NTFS foi lançada com o Windows XP. Este sistema de ficheiros tem evoluído um pouco ao longo dos anos com a adição da possibilidade de se alterar o tamanho das partições sem ter de formatar os dispositivos de armazenagem, bem como funcionalidades de redundância para manter a integridade dos dados, entre outras.

As novas versões do sistema NTFS incluem compatibilidade com as versões anteriores, funcionalidades de encriptação dos dados e um sistema que permite a recuperação de ficheiros que tenham sido danificados.

O NTFS é suportado por todas as versões do Windows desde o Windows XP. O sistema operativo do Macintosh reconhece dispositivos formatados em NTFS e consegue ler os dados lá gravados, mas não consegue gravar.

O que é o exFAT?

O sistema de ficheiros exFAT, ou Extended FAT, também desenvolvido pela Microsoft, foi pensado para minimizar as limitações do FAT32. Muitas câmaras modernas usam este sistema de ficheiros e os cartões de memória SDXC já vêm pré-formatados com este sistema. A grande vantagem do sistema exFAT é a possibilidade de se utilizarem ficheiros com mais de 4TB.

Para poderem utilizar este sistema de ficheiros completamente, os fabricantes têm de comprar uma licença à Microsoft. Este facto fez com que tenham aparecido várias implementações independentes deste sistema de ficheiros, como o exfat-fuse que permite a vários sistemas Linux usarem este sistema de ficheiros.

O exFAT foi lançado em 2006 e permite também a utilização de ficheiros que ocupem um máximo de 16 GB. Todas as versões do Windows suportam o exFAT, bem como o MacOS e Android.

Comparação entre NTFS, FAT32 e exFAT

FAT32:
Compatibilidade: Windows, Mac, Linux, consolas, praticamente todos os dispositivos com uma entrada USB.

Prós: Compatibilidade, leve.

Contras: Tamanho dos ficheiros e partições limitado aos 4 e 16 TB respectivamente.

Utilização típica: Dispositivos amovíveis.

NTFS:
Compatibilidade: Windows, Mac (apenas leitura), Linux (apenas leitura em algumas distribuições), Microsoft Xbox One.

Prós: Tamanho praticamente infinito dos ficheiros e partições.

Contras: Compatibilidade entre plataformas algo limitada.

Utilização típica: Drives internas. É utilizado no disco ou partição onde é instalado o Windows.

exFAT:
Compatibilidade: Windows XP e posteriores, Mac OSX 10.6.5 e posteriores, Linux (através do FUSE), Android.

Prós: É uma mistura do FAT32 e do NTFS porque permite tamanhos de ficheiros praticamente sem limites.

Contras: A Microsoft cobra uma licença.

Utilização típica: Drives externas em que possam ser usados ficheiros maiores que 4GB.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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