Review – Devolo Gigagate

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

A Devolo, empresa conhecida pelos seus produtos para criar redes powerline, tanto para aumentar o alcance das redes Wi-Fi já existentes, como para criar infraestruturas de rede completamente novas, sem ter de passar cabos, lançou recentemente, o que poderá vir a ser uma nova gama de produtos. Chama-se Gigagate e a sua filosofia de funcionamento é muito semelhante à de uma rede powerline, mas sem fios.

A ideia é ter dois dispositivos: uma base, que se liga directamente através de um cabo ao router do operador de telecomunicações; e um satélite com cinco entradas RJ-45 para ligar outros tantos dispositivos, através de ligações com fios. A ligação entre a base e o satélite é wireless e usa o protocolo de comunicação 802.11ac na banda dos 5 GHz. No entanto, apesar de ser uma ligação standard, mais nenhum dispositivo pode usar esta rede.

Construir pontes
O Gigagate não serve para melhorar o acesso à rede sem fios em sua casa, mas sim para criar uma espécie de “ponte wireless” entre os dois dispositivos que formam o kit Gigagate; assim, os dispositivos que estejam instalados numa área limitada junto ao satélite recebem uma ligação de rede com qualidade e sem a necessidade de se passarem cabos ou de usar a instalação eléctrica.

O dispositivo satélite serve também de ponto de acesso Wi-Fi, mas, para evitar interferências que possam originar perdas de desempenho, esta ligação está limitada a 802.11n nos 2,5 GHz, o que baixa a máxima velocidade possível. No entanto, é possível usar tablets ou smartphones para navegar confortavelmente ou para streaming de áudio ou vídeo. Se for necessário poderão ser adicionados satélites adicionais para levar a rede a outros pontos.

Instalação facilitada
A instalação é facílima: liga-se a base a uma porta livre do router e depois instala-se o satélite junto aos dispositivos que vão apanhar o sinal de rede. Depois, liga-se tudo à corrente e já está – a configuração é automática. A ligação sem fios entre a base e o satélite demora algum tempo a estabilizar porque o sistema faz uma série de testes de ligação para determinar a melhor velocidade possível para a comunicação entre os dois pontos.

Se quiser monitorizar o Gigagate pode usar o excelente software Devolo Cockpit, que também serve para gerir as redes powerline que usem hardware da empresa. Caso tenha o Gigagate e uma rede powerline na mesma localização, até pode gerir tudo a partir do mesmo ecrã. A aplicação existe para dispositivos móveis iOS, Android, Windows e macOS.

Faz o que diz na caixa?
Depois de tudo ligado, é nas portas do satélite que está o único senão deste kit. Apesar de a ligação entre a base e o satélite permitir velocidades acima de gigabit (1 Gbps), apenas uma das portas do satélite permite esta velocidade. Assim, se tiver, por exemplo, uma ligação à Internet de 200 Mbps, apenas o dispositivo ligado à porta gigabit pode tirar partido dessa velocidade. Todos os outros estarão limitados a 100 Mbps. Isto é importante se quiser ligar consolas de jogos que são conhecidas pelos downloads gigantes de ficheiros de instalação e actualização.

Testámos a Gigagate num ambiente doméstico normal com uma ligação à Internet Meo a 200Mbps. Na casa existem alguns objectos conhecidos por “injectarem” algum ruído eletromagnético no ambiente, como secadores e micro-ondas, o que acaba por fazer baixar a velocidade das redes sem fios. Mesmo assim conseguimos valores próximos dos 200 Mbps, medidos no site speedtest.net.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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