A palmadinha nas costas para deixar as empresas mais felizes

Por: Cátia Rocha
Tempo de leitura: 5 min

Mas não só felizes, também mais fortes. O Tap My Back é um projecto que traz para as empresas uma micro-rede social interna, onde há espaço para reconhecer um trabalho bem feito ou até favores simples do dia-a-dia.

A história do Tap My Back começa com uma agência de marketing, a comOn. Há cerca de dois anos, o crescimento rápido do número de colaboradores e de clientes, fez surgir uma preocupação: pode a cultura da empresa acompanhar o crescimento? «A equipa de gestão da comOn recolheu algumas ideias e percebeu que o esforço-extra era compreendido por todos como fazendo parte das dores de crescimento, mas que as pessoas estavam a sentir que havia uma falta de reconhecimento e de feedback sobre como esse esforço estaria a ter um impacto positivo ou não na empresa como um todo», conta Rui Gouveia, fundador da startup.

Surgia assim o Tap My Back, primeiro como um projecto interno (que demorou dois meses até ser aplicado), mas cujo impacto positivo acabou por fazer com que nascesse uma nova empresa, com equipa própria e agora com clientes um pouco por todo o mundo. Na base está o conceito de uma ferramenta que tem como objectivo «melhorar o reconhecimento público de colaboradores no local de trabalho». Agora, o Tap My Back assume-se como um software-as-a-service, que funciona com um modelo de subscrição. «Existe um preço base por colaborador/mês que vai variando de acordo com a dimensão da equipa/empresa», explica o fundador.

O mercado ideal está lá fora
Tendo como público-alvo as empresas de pequena e média dimensão, a startup ainda procura saber qual é o seu product/market fit ideal – mas já consegue distinguir um. «Estamos a ver que o nosso mercado preferencial são os Estados Unidos da América, onde temos cerca de 80% dos actuais clientes. Mas também começamos a notar que na Europa e Ásia os paradigmas de avaliação e reconhecimento no local de trabalho começam a mudar», explicam. Para determinar se há capacidade para se ajustar a grandes empresas, a startup está a desenvolver projectos-piloto com várias companhias de grandes dimensões: «Queremos perceber se o Tap My Back é um produto para esse tipo de clientes ou se preferimos apostar apenas no mercado das PME», revela Rui Gouveia.

A empresa descreve a resposta de mercado como «excelente» e o fundador diz que a Tap My Back já resolve dificuldades em todo o mundo: «Os problemas que ajudamos a resolver são transversais a várias indústrias e geografias e essa é uma das razões pelas quais já temos clientes premium nos cinco continentes e em diferentes áreas, desde a banca, ao retalho, até à tecnologia e à educação», garante o fundador.

Rui Gouveia aponta ainda que o principal feedback recebido está ligado à utilização «simples» da aplicação. Mas há mais: «É uma app divertida que consegue tornar os processos de reconhecimento e avaliação um pouco mais leves, menos informais e aborrecidos. Além disso, é uma forma eficaz de reconhecer as pessoas e de manter um registo sobre esse reconhecimento».

O efeito Web Summit
A startup não foi uma estreante na Web Summit, já que em 2015 passou por Dublin. Este ano, a empresa renovou a presença e os resultados já se sentem: «Fizemos centenas de demonstrações de produto a todo o tipo de pessoas e o feedback geral foi mesmo muito positivo. O nosso objectivo era mais o da exposição e recolha de feedback, já que não estamos activamente à procura de investimento. No entanto, também acabámos por recolher excelentes contactos nesse sentido que estamos agora a trabalhar.»

E há um verbo em destaque: ‘crescer’. «Aumentámos a nossa equipa e estamos prontos para o que aí vem. O objectivo a curto prazo é tornar o Tap My Back num produto autossustentável, algo que não está muito longe de acontecer». Outra das visões é ainda oferecer serviços de «inteligência artificial com algoritmos de machine learning», para que se consigam detectar padrões de comportamento. Um dos objectivos será tentar «prever quando um colaborador tem mais probabilidade de se despedir», conclui Rui Gouveia.

É fã de tecnologia que lhe permita facilitar a vida e tem pavor a todo e qualquer sinal que diga bateria fraca. Passa a vida a ouvir música.
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