Review – Dash&Dot

Por: Marcia Campana
Tempo de leitura: 8 min

Os robôs são cada vez mais comuns no mercado, mas enquanto a maioria pretende apenas entreter, alguns já apresentam uma função mais didáctica, com especial foco na introdução à programação. É aqui que se inserem o Dash&Dot dois robôs engraçados que oferecem muitas horas de diversão ao mesmo tempo que ensinam muito, desenvolvidos pela Wonder Workshop.

Os robôs não ensinam a programar na verdadeira definição da palavra, já que o código fica de fora (pelo menos até aos 12 anos, por recomendação da marca), mas introduzem os mais pequenos no conceito, permitindo-lhes definir acções para os robôs e lidar com problemas.

O Dash tem rodas e movimenta-se, contando com acessórios que lhe permitem fazer muito mais coisas como tocar xilofone ou atirar bolas. No caso de as suas crianças serem adeptas de Lego, vão encontrar acessórios para integrarem as duas brincadeiras e até criarem acessórios para os robôs.

Tem cerca de 17 centímetros de altura e foi construído com três esferas, onde estão as rodas, presas a um corpo, com a cabeça, também em forma de bola. Só está disponível em azul, com pormenores em laranja e é todo de plástico. Na realidade, a sua aparência não permite descortinar a complexidade de robô que se encontra no interior.

Já o Dot é apenas uma esfera com dois apoios que não se movimenta, mas que à semelhança do Dash conversa e responde a alguns comandos, como por exemplo, padrões de luzes e cores. Os dois robôs até interagem um com o outro.

Para a interacção entre o Dash e o utilizador ser possível este tem três microfones, um altifalante, quatro transmissores de infravermelhos, três sensores de distância e dois receptores. Ele ouve e a luz no seu peito são LED RGB que mudam de cor.

Os criadores conseguem que o Dash pareça vivo pela maneira como se move e fala. Tem um vocabulário limitado e um discurso amoroso, com a desvantagem de ser todo em inglês. É impossível não nos apaixonarmos imediatamente pelos simpáticos robôs que imitem sons amáveis, mesmo quando cometemos um erro. O olho acende e pisca, quase conseguindo transmitir emoções, e pouco depois de os ligarmos já os adoramos.

 

Controlar os robôs

Para controlar os robôs é necessário um dispositivo Android ou iOS, sendo preferível que utilize um tablet, já que grande parte das muitas aplicações disponíveis para esta interacção são mais agradáveis de utilizar com um ecrã grande.

O tablet liga-se aos robôs através de Bluetooth, sendo necessário ficar a carregar num botão no ecrã para que a ligação seja realizada.

O carregamento do Dash e do Dot é feito com recurso a um cabo microUSB e é provável que à primeira utilização tenha de actualizar o software, mas a partir daí a utilização é suave e sem problemas, mesmo que o seu tablet não seja um aparelho muito potente.

Neste momento existem cinco aplicações disponíveis, mas a equipa ainda não parou com o desenvolvimento, por isso é provável que venham a existir mais, assim como mais acessórios. Por exemplo, o Launcher é o mais recente de todos e que é muito divertido!

Quem tem o Dash ou ambos os robôs começa por utilizar a app Go, que é basicamente uma app de controlo remoto. Pode utilizá-la para mover a cabeça do Dash e para o conduzir. Por juntar uma larga variedade de movimentos, animações cómicas e efeitos sonoros, incluindo uma buzina de carro ou o som de um elefante.

Ter de realizar os desafios da app Go para avançar pode revelar-se aborrecido quando já se percebeu o funcionamento e se quer experimentar mais coisas, mas tendo em conta que o objectivo é manter as crianças entretidas ao mesmo tempo que aprendem, a duração da concretização da app faz sentido. É preciso terminar cada um dos passos para desbloquear novos, o que torna todo este processo um jogo interessante para os mais pequenos.

Os sensores detectam obstáculos e os robôs foram construídos de modo a serem resistentes, por isso pode deixar as crianças brincar e conduzir à vontade que não haverá grande problema para os dois andróides.

Se tiver os dois pode aproveitar esta app para os pôr a “jogar às escondidas”, escondendo o Dot e colocando o Dash à procura. Mais uma vez, os sons da interacção entre os dois robôs revelaram-se deliciosos.

A aplicação Blockly é a mais responsável por ensinar a programar e é aqui que este brinquedo se eleva em relação aos outros no que diz respeito a ser didáctico.

Esta app oferece uma interface simples onde pode arrastar e largar diferentes blocos de seis categorias, juntando-as para criar uma cadeia de eventos. Por exemplo, quando carrega no botão no topo da cabeça ele diz “olá”. Também pode usar vozes e palmas para desencadear as acções ou dizer-lhe como reagir quando se encontrar frente a um obstáculo. Para melhor ainda mais, pode adicionar um tempo ao evento.

Com Objective C e Java as crianças a partir dos 12 anos podem desenvolver aplicações em Android e iOS para os robôs, já que a Wonder Workshop oferece uma API aberta. O objectivo é que a comunidade partilhe as suas aplicações e desenvolvimentos.

 

O que testámos

A Ardozia trouxe-nos o Wonder Pack, que traz quase todos os acessórios, assim como os dois robôs. Apesar de o Dot também ser muito interessante e fazer muitas coisas, este não se vende sozinho, o que é bastante compreensível.

Pelo preço acho preferível investir nos dois, já que as suas interacções são muito engraçadas e permitem uma experiência ainda mais completa, mas se puder comprar o Wonder Pack ainda melhor!

Como acessório extra a Ardozia enviou o Launcher, que além de atirar bolas, carrega-as na catapulta sozinho. Fez as delícias lá em casa! Este acessório compra-se à parte e tem um custo de 39,99 euros.

Só o Dash tem um preço de 179,99 euros, os dois robôs custam 229,99 euros e o Wonder Pack (que nós testámos) fica por 299,99 euros.

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