Descomplicómetro – Realidade Virtual

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 5 min

 

A realidade virtual é capaz de replicar ambiente real ou imaginário através de imagens tridimensionais, enquanto simula a presença do utilizador dentro desse mesmo ambiente e permite interacção com o mesmo.

Na sua versão mais recente, os gráficos da realidade virtual são reproduzidos através de headsets (óculos), dispositivos que estão agarrados à cabeça dos utilizadores e que cobrem os olhos e os ouvidos para proporcionar uma experiência totalmente imersiva num mundo digital. Os dispositivos mais recentes também incluem sistemas de feedback háptico que dão ao utilizador uma experiência de manipulação realista dos objectos na enquanto experimentam a realidade virtual.

Óculos de cartão e sistemas mais avançados

Hoje em dia, estes headsets são de dois tipos: os que podem ser usados com smartphones e os reais. Os primeiros, como o Google Cardboard, utilizam um telemóvel para reproduzir as imagens e seguir os movimentos da cabeça do utilizador através dos acelerómetros e giroscópios dos dispositivos. Neste caso, os smartphones são montados em suportes de cartão ou plástico. São os mais baratos e, por isso, mais acessíveis ao público em geral.

Os Google Cardboard que usam um smartphone Android como dispositivo de realidade virtual.

Já os headsets reais s sistemas que já incluem ecrãs e todo um sistema electrónico que serve para seguir os movimentos da cabeça dos utilizadores e, assim, reproduzir os seus movimentos. Nesta classe incluem-se o PlayStation VR, o Oculus Rift e o HTC Vive. Estes dispositivos oferecem mais precisão e mais qualidade de imagem que os que recorrem a smartphones. Os mesmos também podem vir acompanhados de comandos próprios, como acontece no caso do HTC Vive. Dependentes de um segundo sistema que serve para fazer os cálculos e gerar as imagens que depois serão enviadas para o ecrã do headset, estes são os mais caros: os preços vão desde os 400 aos 800 euros.

O headset HTC Vive que está a ser comercializado directamente, ou através da loja online de jogo Steam.

As origens da realidade virtual

Pode considerar-se que o conceito de ‘realidade virtual’ surgiu em 1938, com as obras do dramaturgo francês Antoine Artaud. No entanto, a realidade virtual tal como a conhecemos hoje foi inventada nos anos sessenta do século passado, quando Morton Heiling inventou um dispositivo chamado Sensorama, que tinha cinco filmes que estimulavam cada um dos cinco sentidos. Em 1966, foi apresentado à Força Aérea norte-americana o primeiro simulador de vôo que utilizada uma forma primitiva de realidade virtual.

A versão final do headset Oculus Rift acompanhado pelos comandos.

O amadurecimento da tecnologia

No final dos anos 90 do século XX, com os grandes avanços na miniaturização da tecnologia de ecrãs LCD, surgiram os primeiros headsets de realidade virtual modernos. Esses produtos nunca chegaram a ser um êxito comercial, visto que os preços eram altíssimos. Marcas ligadas aos videojogos de arcade lançaram alguns títulos que usavam várias formas de realidade virtual, como no caso do Sega VR-1 que conseguia seguir o movimento da cabeça do utilizador para simular os movimentos dentro do mundo virtual.

Em 2013, o Facebook comprou a Oculus Rift, uma das empresas que iniciaram o desenvolvimento de uma nova geração de headsets de realidade virtual, depois de uma muito bem-sucedida campanha de financiamento na organização de crowdfunding Kickstarter.

O headset Playstation VR, que apenas funciona com a Playstation 4, vai chegar às lojas em Outubro.

Actualmente, a realidade virtual é utilizada em ambientes lúdicos, como os videojogos, mas também em aplicações um pouco mais sérias como modelação tridimensional em design industrial ou telepresença.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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