The Division

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

The Division é um shooter na terceira pessoa que engloba os modos cooperativo e PvP directamente na campanha principal do jogo. Este jogo passa-se numa reprodução impressionantemente realista de Nova Iorque que foi atacada por uma misteriosa doença semelhante à Varíola em plena Black Friday, a sexta-feira a seguir ao dia de Acção de Graças e o mais importante dia de compras antes do Natal, como o veículo de transmissão da doença foram notas de dólar, esta ficou conhecida como a ‘Dollar Flu’ ou ‘Gripe do Dólar’. Esta doença causa o colapso da sociedade em menos de cinco dias. Para tentar repor a ordem são activados os membros da The Division, uma organização secreta composta por agentes altamente treinados colocados em vários níveis da sociedade americana e que têm autoridade para coordenar todas as outras forças como a polícia, o exército ou os bombeiros.

Em praticamente todos os aspectos da sua mecânica, The Division faz lembrar Destiny, o shooter de ficção científica da Bungie. Como está constantemente ligado aos servidores da Ubisoft, os jogadores podem entrar e sair dos jogos uns dos outros para ajudar a cumprir missões, que, no final, lhes dão como prémio novas armas, modificações ou armaduras que permitem equipar melhor a nossa personagem. Mas, ao contrário de Destiny, em The Division, o jogador tem o poder de escolher com precisão com quem quer partilhar a suas aventuras.

O jogador progride rapidamente no ranking dentro e fora das Dark Zones.

Depois existem as Dark Zones, zonas de PvP (Player vs. Player) que, como o nome indica são arenas onde há combates entre jogadores. Estes são os sítios onde se consegue arranjar os objectos mais interessantes, mas também os mais mortíferos. No entanto, mecânica de apanhar objectos como metralhadoras que mais parecem canhões de tiro rápido que matam tudo o que nos aparece à frente não é tão simples como parece. Como as Dark Zones estão infectadas, os objectos têm de ser retirados de helicóptero, sob pena de não ficarem permanentemente com o jogador que os apanhou. E, se for abatido na Dark Zone, os objectos que não extraiu ficam no chão e podem ser apanhados por outros jogadores, também perde dinheiro e pontos de ranking. Pode mesmo descer no ranking.

As zonas de extracção das Dark Zones são lugares muito populares e onde se podem obter objectos raros se estiver disposto a ficar ‘rogue’.

Se for abatido por outro jogador humano na Drak Zone, esse jogador fica ‘rogue’, ou seja, é lícito caçá-lo e abatê-lo para ganhar um bónus no ranking da Dark Zone e ficar com os objectos dele.

Confesso que, pelo menos em PC, a plataforma em que testei The Division, não gosto de jogos de tiros na terceira pessoa. Para mim, é como jogar um jogo de carros sem ter a vista de dentro do cockpit, ou, pelo menos, do pára-choques. No entanto, jogar na terceira pessoa, tem vantagem de permitir ter uma vista mais abrangente do campo de batalha e assim facilitar o planeamento do movimento entre pontos de cobertura para se proteger do fogo inimigo. Mas tira grande parte da piada.

Uma coisa bizarra em The Division é facto de existirem missões de salvamento de reféns cujo prémio é uma arma que está guardada no mesmo sítio que os reféns. Por isso, não é lógico que os reféns o sejam, visto que poderiam usar essa arma para se libertarem. Mas enfim, é só um jogo.

Outro aspecto um pouco mais irritante são os headshots. Em The Division, os headshots são apenas um conceito: às vezes pode descarregar-se um carregador na cabeça do inimigo e ele não se finar; noutros casos, um único tiro serve para resolver a questão. Não faz sentido – um headshot é um headshot, a menos que o inimigo use um capacete. E mesmo assim…

Ao fim de algum tempo as missões mais pequenas tornam-se repetitivas, mas, sem elas, não se subiria de nível, nem se ganhava o equipamento que nos dá mais chances de sobrevivência nas Dark Zones. A Ubisoft já tem na calha novas missões para os que conseguiram chegar ao fim da história, apanhar todos os objectos espalhados pela cidade e obter os níveis máximos tanto na cidade como nas Dark Zones.

Para quem usa um headset quando joga em equipa, The Divsion tem uma característica interessante, nas Dark Zones, que são efectivamente as zonas de PvP, todos os jogadores que estiverem a poucos metros conseguem ouvir aquilo que os outros dizem. É interessante porque revela a posição dos jogadores, tal como aconteceria numa situação real.

Graficamente este jogo é simplesmente brilhante! A cidade de Nova Iorque está reproduzida de uma forma sublime. A luz está perfeita, o jogo passa-se em pleno inverno e os blizzards são realistas. Quando aparece nevoeiro, a visibilidade fica reduzidíssima o que acrescenta mais um aspecto de dificuldade ao jogo. O ambiente de abandono da cidade está muito bem conseguido, até há ratazanas a passear pelas ruas.

Nesta fase os servidores estão um pouco sobrecarregados, mas tudo funciona, mais ou menos bem. The Division é um jogo muito interessante, tem gráficos fantásticos, mas precisa de afinações tanto a nível de gameplay, como ao nível da mecânica das missões.

Recomendo!

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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