Descomplicómetro – SSD

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

Os SSD, ou Solid State Drives, são dispositivos de armazenagem de dados em massa que em vez da tecnologia tradicional dos discos rígidos, que envolve motores, discos magnéticos e cabeças de gravação, usam memórias como as flash, ou RAM para guardar dados.

Os SSD são normalmente mais rápidos que os discos rígidos no processo de leitura de dados visto que, como não é usada nenhuma tecnologia mecânica, o disco não tem que procurar os dados a ler numa zona específica do disco. NO caso da gravação, existem discos rígidos que conseguem ter velocidades semelhantes às dos SSD porque utilizam memórias RAM muito rápidas para cache, o que aceleram o processo de gravação.

Existem dois tipos de SSD:

SSD RAM. Estes SSD usam memória RAM para guardar dados. Como a memória RAM não consegue guardar dados quando se desliga a alimentação eléctrica este tipo de SSD são usados como memória cache para acelerar o processamento do computador ou, se for para guardar dados, dispõem de uma bateria que mantém a alimentação eléctrica para que os dados não se percam.

Os SSD que usam memória RAM foram os primeiros a serem comercializados.
São os mais rápidos, mas também os mais caros.

SSD Flash. Estes são os mais comuns. Usam memória flash permanente para guardar os dados. Estes SSD usam normalmente interfaces SATA ou PCI Xpress para comunicarem com o computador e normalmente podem substituir directamente os discos tradicionais.

 

Discos híbridos

Os discos híbridos combinam um SSD com memórias flash com a tecnologia magnética tradicional, num único componente. Neste tipo de dispositivos de armazenagem a gestão dos dois tipos de memória é feita pelo próprio disco que coloca o sistema operativo na parte SSD para um arranque mais rápido e os dados na parte magnética, mais lenta.

Funcionalidade SSD Disco rígido
Arranque Quase instantâneo visto não existirem componentes mecânicos a inicializar. O arranque do disco mecânico demora alguns segundos. O processo de arranque também gasta mais energia, o que pode ser uma dificuldade em sistemas com muitos discos.
Tempo de acesso aleatório Normalmente é abaixo dos 0,1 ms porque os dados podem ser lidos de diversos pontos da memória quase instantaneamente. Pode ir os 2,9 até aos 12 ms porque a cabeça do disco tem que se deslocar para o sítio físico onde estão os dados.
Velocidade de transferencia Nos SSD as velocidades são mais consistentes, mas o desempenho degrada-se quando se usam ficheiros muito pequenos. Nos SSD de consumo geral as velocidades vão desde os 100 até aos 600 MB/s. Um disco rígido topo de gama consegue manter uma velocidade de transferência de dados à volta dos 140 MB/s. Esta velocidade é fortemente influenciada pela fragmentação, velocidade de rotação do disco e pela posição da faixa a ler: as faixas exteriores oferecem maiores velocidades.
Desempenho na leitura de dados O desempenho da leitura é sempre a mesma, porque, ao contrário do que acontece com os discos rígidos, não importa o sítio físico onde os dados são guardados.No entanto, os SSD vão perdendo velocidade ao longo da sua vida porque as memórias SSD vão perdendo as com o passar do tempo. O desempenho de leitura de dados está ligado directamente à fragmentação dos dados.
Ruído Os SSD não fazem qualquer ruído porque não têm peças móveis. Os discos rígidos fazem barulho porque têm peças móveis, como os motores do disco e o passo-a-passo que faz andar a cabeça de gravação por cima do disco. Nesta classe, os mais silenciosos são os usados em portáteis.
Controlo de temperatura Embora aqueçam, os SSD não necessitam de nenhum sistema de refrigeração especial. Em muitos casos é necessário instalar sistemas de refrigeração activos para manter os discos rígidos na temperatura abaixo dos 55 graus.
Susceptibilidade a influências externas Os SSD não têm peças móveis, por isso não são imunes a vibrações e quedas. O facto de não usarem tecnologia magnética faz com que também sejam imunes a campos magnéticos. Devido à utilização de peças móveis, os discos rígidos São muito sensíveis a vibrações e quedas. E, apesar de estarem bem isolados, em certos casos os campos magnéticos podem inutilizar a informação lá guardada.
Fiabilidade e tempo de vida OsSSD usam memóriaflash que tem um limite de vezes que podem ser apagadas e escritas novamente. Para tentar minimizar esta limitação, os controladores dos SSD gerem a forma como os dados são gravados para que o desgaste seja distribuído por todas as memóriasflash por igual.A falha mais grave pode vir do controlador, que se deixar de funcionar todos os dados serão perdidos.

Outro factor a que os SSD são sensíveis são as faltas de energia que, se forem muitas e seguidas, podem levar à inutilização de um ou mais chips de memória.

Os discos rígidos falham normalmente por causa do desgaste das peças móveis. Visto que as cabeças de leitura e gravação não tocarem no disco, não existe desgaste nesta peça.Os discos rígidos conseguem guardar os dados durante períodos de tempo mais longos que os SSD.
Custo por capacidade Apesar de estarem a descer, os preços por GB dos SSD o custo ainda é muito superior ao dos discos rígidos. O custo por GB nos discos rígidos está a cerca de 0,5 cêntimos.
Capacidades Chega aos 2TB Chega aos 10 TB
Consumo de energia Os SSD consomem entre um terço e metade da energia necessária para fazer funcionar um disco rígido.. O disco rígido mais eficaz energeticamente consome 0,35 watts. Os discos de 3,5 polegadas mais rápidos consomem 20 watts.

 

Trim

O Trim é uma funcionalidade dos sistemas operativos modernos que serve para informar o controlador de um SSD que determinadas zonas do dispositivo estão livres e podem ser usadas para guardar novos dados. Esta funcionalidade melhora o desempenho do SSD porque a gestão do espaço no SSD é feita antes que o sistema precise dele para guardar dados.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version