Faça overclock à sua placa gráfica em quatro passos

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

Por mais dinheiro que gaste na compra de uma placa gráfica nova, irá ocorrer sempre uma verdade absoluta, mais cedo ou mais tarde será lançado um jogo que a irá envergonhar, obrigando-o a ter que reduzir nos efeitos gráficos para conseguir tornar o jogo “jogável”. Isto, porém, não significa que esteja na altura de atirar a sua placa gráfica para o lixo, bem pelo contrário, está sim na altura de explorar todas as suas capacidades através do overclock.

Tal como o nome indica, overclock significa colocar o componente a funcionar a uma velocidade acima daquela para que foi originalmente criada, podendo este processo ser realizado de forma fácil e segura, desde que siga os nossos passos. Naturalmente que isto não é, propriamente, o elixir da juventude, pois chegará o dia em que terá de a substituir por um modelo mais recente e potente.

De que precisa

Para realizar os processos que lhe iremos revelar é fundamental que tenha no seu computador (de secretária ou portátil) uma placa gráfica dedicada com um GPU da AMD ou Nvidia.

 

1 – Faça alguma pesquisa

Antes de se aventurar, recomendamos sempre que realize alguma pesquisa sobre a sua placa gráfica, para a conhecer um pouco melhor. Esta pesquisa deverá ter como objectivo detectar qual a capacidade de overclock da mesma, se existem alguns truques ou dicas para se maximizar a capacidade de overclock e quais os potenciais ganhos com esse processo.

Existem diversos fóruns de entusiastas (como a Zwame.pt ou a overclock.net) que poderão servir de ponto de pesquisa para determinar quais as capacidades de overclock da sua placa gráfica. Tenha sempre em atenção que nenhuma placa gráfica é igual à outra, portanto os resultados poderão variar bastante, mas já dará para ficar com uma ideia.

 

2 – Equipe-se correctamente

Ao contrário do processo de overclock ao processador do seu computador, o overclock da placa gráfica poderá ser realizado totalmente a partir de aplicações bastante simples e intuitivas, que funcionam no ambiente de trabalho do Windows. Antes de começar já a aventurar-se, garanta que tem instalada a última versão dos controladores da sua placa gráfica, verificando no site oficial da Nvidia e da AMD.

De seguida descarregue aplicações para comprovar a estabilidade do sistema, como o 3DMark e o Heaven Benchmark, e aplicações indicadas para poder dar início às suas incursões no mundo do overclock. Por norma, cada fabricante tem a sua aplicação específica, tendo a Asus o Asus GPU Tweak, a MSI o MSI Afterburner, a Gigabyte o OC Guru II e a Sapphire o TriXX.

 

3 – Dê início ao processo

Sabendo à partida qual o tipo de capacidade de overclock que esperar da sua placa gráfica, está na altura de dar início ao processo. Neste caso em particular, utilizámos uma AMD Radeon R9 285 2 GB, que utiliza por defeito o GPU a 918 MHz e as memórias a 5,5 GHz. Utilizando o Asus GPU Tweak, atingimos uma velocidade estável de utilização quotidiana de 1050 MHz no GPU e 6,25 GHz nas memórias, um aumento de 14% no GPU e nas memórias. Este aumento permitiu atingir um ganho de 6% nos testes do 3DMark.

Contudo, para poder atingir estes valores recomendamos que vá efectuando passagens pequenas na velocidade, com aumentos de apenas 10 MHz por passo, mantendo o Heaven Benchmark aberto (sem estar em ecrã completo) com as definições bastante elevadas, como o Tessellation e Antialiasing em 8x, para garantir que a placa está estável e que não aparecem erros na imagem (artefactos nas texturas).

Poderá ocorrer o caso de o computador bloquear, fruto de excesso na velocidade do GPU, sendo recomendável que, após reiniciar o PC, volte à descoberta das capacidades de overclock do mesmo, mas que utilize uma velocidade de 10 MHz inferior à utilizada durante o bloqueio do PC e realize um benchmark no Heaven Benchmark para garantir que o sistema está estabilizado.

 

4 – Testes a sério

Correr um ou outro teste não é sinónimo de uma placa gráfica estável com overclock para o dia-a-dia, especialmente nesta altura do ano em que as temperaturas ambiente estão propícias para estas aventuras. Como tal é recomendável determinar se a placa gráfica está, efectivamente, estável para uma utilização quotidiana. Para tal pode voltar a utilizar o Heaven Benchmark e deixá-lo, desta vez com o ecrã total, a correr durante várias horas.

Em alternativa poderá usar o FurMark, uma aplicação que não terá qualquer problema em levar a sua placa gráfica aos limites durante o período em que estiver a correr. Caso consiga garantir que a placa correu sem falhas na imagem e sem bloquear, então parabéns, acabou de realizar overclock à sua placa gráfica de forma segura e garantir mais uns meses de vida útil à mesma… isto até a Electronic Arts se lembrar de lançar o Crysis 4!

 

Mantenha a sua placa “cool”

Para garantir que até nos períodos mais quentes do ano a sua placa gráfica poderá trabalhar sem problemas com overclock, recomendamos que tenha especial atenção ao desempenho do sistema de arrefecimento da mesma.

Se tiver um modelo equipado com um sistema de dissipação de alto desempenho, como os sistemas DirectCU II da Asus, então não deverá ter grandes problemas, mas se a sua placa for um modelo básico, que utilize o dissipador de referência da AMD ou Nvidia, então recomendamos que o substitua por um modelo de melhor desempenho.

Em casos mais extremos poderá sempre optar por um sistema de arrefecimento líquido, mas prepare-se para investir a sério, pois não só o sistema como também o bloco específico para a sua placa gráfica deverão ser bastante caros, mas em contrapartida irá garantir que terá o PC mais “cool” do seu bairro.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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